As Causas da Segunda Guerra Mundial

Artigo

Mark Cartwright
por , traduzido por Elmer Marques
publicado em 26 Março 2024
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Disponível noutras línguas: Inglês, Chinês, francês, Persa, espanhol, Turco

As origens da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) remontam ao duro acordo de paz que encerrou a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e à crise econômica dos anos 1930, enquanto as causas mais imediatas foram as agressivas invasões pela Alemanha, Itália e Japão a seus vizinhos. A Europa fraca e dividida, os Estados Unidos isolacionistas e a União Soviética oportunista, todos estavam empenhados na paz, mas a política de apaziguamento apenas resultou no que todo mundo mais temia: mais uma longa e terrível guerra mundial.

Europe on the Eve of WWII, 1939
A Europa às vésperas da Segunda Guerra Mundial, 1939
Simeon Netchev (CC BY-NC-SA)

As principais causas da Segunda Guerra Mundial foram:

  • o duro tratado de Versalhes;
  • a crise econômica dos anos 1930;
  • a ascensão do fascimo;
  • o rearmamento da Alemanha;
  • o culto a Adolf Hitler;
  • a política de apaziguamento das potências ocidentais;
  • tratados de interesse comum entre as Potências do Eixo;
  • ausência de tratados entre os Aliados;
  • a expansão territorial da Alemanha, Itália e Japão;
  • o pacto Nazi-Soviético;
  • a invasão da Polônia em setembro de 1939;
  • o ataque japonês à base naval americana de Pearl Harbour.

Tratado de Versalhes

A Alemanha foi derrotada na Primeira Guerra Mundial e os vencedores estabeleceram termos duros para assegurar que os custos da guerra fossem recuperados e impedisse a Alemanha de se tornar uma ameaça futura. Com as economias europeias e suas populações fortemente atingidas pela guerra, os vencedores não estavam dispostos a ser lenientes, uma vez que a Alemanha quase havia ganhado a guerra e sua indústria ainda permanecia intacta. A Alemanha permanecia um estado perigoso. Entretanto, a Grã-Bretanha e a França não queriam um acordo totalmente punitivo, uma vez que isso poderia levar a um ressentimento duradouro e fazer a Alemanha incapaz de se tornar um valioso mercado para exportações.

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A Alemanha teve de aceitar responsabilidade completa, isto é, a culpa pelo início da Primeira Guerra Mundial.

Os termos de paz foram estabelecidos no Tratado de Versalhes, assinado por todas as partes com exceção da União Soviética, em 28 de junho de 1919. A Renânia deveria ser desmilitarizada para que pudesse agir como zona-tampão entre a Alemanha e a França. Todas as colônias e o Sarre, uma área rica de carvão no oeste da Alemanha, foram retirados da autoridade alemã. À Polônia foi dada a área industrial da Alta Silésia e um corredor para o mar, o que incluía Danzig (Gdánsk) e isolou a Prússia Oriental do resto da Alemanha. A França reconquistou as regiões da Alsácia e da Lorena. A Alemanha teve de pagar reparação de guerra para a França e para a Bélgica. Restrições foram impostas às forças armadas da Alemanha, que foi proibida de construir tanques, aeronaves, submarinos e navios de guerra. Finalmente, a Alemanha teve de aceitar responsabilidade completa, isto é, a culpa pelo início da Primeira Guerra Mundial. Muitos alemães consideravam os termos de paz como altamente desonrosos.

O acordo estabelecia nove novos estados na Europa Oriental, uma receita para a instabilidade, na medida em que todas as fronteiras estabelecidas eram litigiosas; todos os novos países estabelecidos continham grandes grupos de minorias que reivindicavam fazer parte de outro país. Alemanha, Itália e Rússia, uma vez que se tornaram poderosos de novo depois dos pesados custos da Primeira Guerra Mundial, olhavam para os novos países com inveja imperialista.

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Newspaper Front Page Declaring the Signing of the Treaty of Versailles
Capa de jornal declarando a assinatura do Tratado de Versalhes
Kallen2021 (CC BY-SA)

Nos anos 1920, a Alemanha assinou dois importantes tratados. O Tratado de Locarno de 1925 garantiu as fronteiras ocidentais da Alemanha, mas permitiu alguma margem de manobra nas fronteiras orientais. O Pacto de Kellogg-Briand, de 1928, foi assinado por 56 países. Todas as maiores potências prometeram não conduzir sua política externa usando meios militares. Em 1929, as reparações de guerra que a Alemanha deveria pagar, estipuladas pelo Tratado de Versalhes, foram reduzidas de £6.6 milhões de libras esterlinas para £2 milhões. Em 1932, as reparações foram canceladas completamente. Tudo isso era muito promissor, mas durante a década dos anos 1930, a complexa teia da diplomacia europeia começou rapidamente a se desfazer em um clima de declínio econômico.

Crise Econômica

A Grande Depressão, desencadeada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque (Wall Street), resultou em crise em muitas economias durante os anos 1930. Houve um colapso no comércio internacional, preços e empregos. Na Alemanha em 1923, houve hiperinflação, o que tornou as poupanças particulares sem qualquer valor, um golpe que muitos alemães de classe média nunca esqueceram. Os empréstimos regulares dos Estados Unidos (Plano Dawes), dos quais dependia a economia da Alemanha, cessaram. Havia uma atitude hostil entre muitos países à medida que o comércio internacional colapsava. Os Estados Unidos, de onde partia a maior parte dos empréstimos aos outros países, adotou uma estratégia isolacionista. Grã-Bretanha e França preocupavam-se apenas com seus impérios. Protecionismo e tarifas comerciais tornaram-se a norma.

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A Alemanha tornou-se determinada a alcançar a autossuficiência e a não depender dos parceiros do comércio internacional, uma política que requeria a aquisição de recursos naturais por meio de ocupação militar. A Alemanha viu um caminho para sair da crise financeira: o rearmamento massivo criaria empregos nas fábricas e nas forças armadas. Essa política envolveu, além da estocagem de armas, a criação de uma economia orientada para a guerra total, na qual à indústria armamentista foi dada prioridade de recursos, energia, fábricas e trabalhadores qualificados.

Adulation of Hitler, Bad Godesberg
Culto a Hitler em Bad Godesberg
Bundesarchiv, Bild 183-H12704 (CC BY-SA)

Hitler e o Partido Nazista

Partidos nacionalistas fascistas estavam crescendo em toda a Europa. Desde 1922, a Itália era governada por Benito Mussolini (1883-1945), líder do partido fascista italiano. Desde 1939, a Espanha tinha um governante fascista, o general Franco (1892-1975). Na Alemanha, Adolf Hitler (1889-1945) era o líder do fascista Partido Nacional-Socialista (Partido Nazista), o maior partista depois das eleições de julho e novembro de 1932. Havia partidos fascistas inclusive em democracias como a Grã-Bretanha. Líderes carismáticos estavam tornando sentimentos nacionalistas e populistas em uma forma de pensamento muito mais ameaçadora: o fascismo. Partidos fascistas, embora não exatamente da mesma forma em diferentes países, possuíam alguns objetivos principais em comum. Líderes fascistas buscavam poder absoluto e, para atingir essa nova ordem, enfatizavam “o conformismo, a hostilidade aos diferentes, a violência rotineira, o desprezo aos fracos, o ódio extremo às opiniões diferentes” (Dear, 274). Partidos fascistas inicialmente ganharam popularidade como oponentes ao comunismo, visto como uma ameaça por muitos desde a Revolução Russa de 1917. De fato, nos países ocidentais, uma profunda suspeita ao comunismo impediu a formação de uma aliança política e militar de ser formada com a União Soviética, o que, a seu tempo, poderia ter evitado a guerra.

Permitir o rearmamento alemão era parte da política de apaziguamento.

Hitler prometeu que a humilhação do Tratado de Versalhes seria vingada e que a Alemanha seria grande novamente. Muitos alemães acreditavam que eles haviam sido traídos pelo alto-comando do exército alemão na Primeira Guerra Mundial e estavam cansados do revezamento interminável de coalizões governamentais ineficazes desde o término da Primeira Guerra Mundial. Hitler, que não tinha conexões com a elite alemã, ofereceu um novo começo, e acima de tudo, ele prometeu empregos e pão em um período no qual o desemprego e a pobreza estavam em níveis extremamente altos. O partido nazista prometeu uma economia dinâmica que impulsionaria a expansão alemã, vista como um empreendimento glorioso e promovendo as virtudes da guerra. O Nazismo exigia o Lebensraum (espaço vital) para o povo alemão: novas terras onde ele pudesse prosperar. O Nazismo identificou como seus principais inimigos os judeus, os eslavos, os comunistas e os sindicalistas, todos eles povos e pessoas que estariam - segundo a alegação dos nazistas - atrasando a Alemanha de realizar seu potencial total. O Nazismo também exigia uma luta internacional pela qual os alemães poderiam atingir seu destino e provar a eles próprios que eles eram uma raça superior. Essas ideias, nenhuma delas radicalmente novas, significavam que a guerra era inevitável. O argumento de que regimes totalitários precisavam da guerra, e de que democracias liberais requeriam paz para prosperar, pode ser simplista, mas possui alguma validade argumentativa. Hitler prometeu que o Terceiro Reich duraria mil anos e, utilizando-se de propaganda ideológica, exposições e repressão brutal contra qualquer ideia diferente, muitos acreditaram nele enquanto ele habilmente explorava visões de longa data estabelecidas na Alemanha e na Áustria. Como F. McDonough: “Hitler era o baterista de uma antiga canção acompanhada por instrumentos modernos” (93).

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Em janeiro de 1933, o presidente alemão Paul von Hindenburg (1847-1934), tendo esgotado todas as suas opções, convidou Hitler para se tornar chanceler. Depois de sistematicamente esmagar qualquer oposição, Hitler começou a pôr em prática sua política doméstica e estabelecer um regime totalitário, tudo de acordo com o que ele havia escrito em seu livro Mein Kampf (Minha Luta) em 1924. Quando Hindenburg morreu em agosto de 1934, Hitler cumulou, na prática, os cargos de presidente e de chanceler, e declarou a si próprio líder da Alemanha: o Führer. Hitler havia se tornado o próprio Estado, e tudo que era necessário agora para atingir seu sonho impossível era uma Alemanha rearmada.

Bismarck at Sea
O encouraçado Bismarck no mar
Bundesarchiv, Bild 193-04-1-26 (CC BY-SA)

O Rearmamento da Alemanha

Hitler estava determinado a reconstruir as forças armadas alemãs. O rearmamento alemão disparou apesar das restrições do Tratado de Versalhes, o qual Hitler formalmente repudiou em março de 1935. O exército alemão já era quatro vezes maior que o permitido. As potências ocidentais foram obrigadas a adotar uma política de redução de danos. Em junho de 1935, o Acordo Naval Anglo-Germânico foi assinado, limitando a força naval alemã em 35% da Marinha Real Britânica e permitindo que Hitler construísse novos navios gigantes, como o encouraçado Bismarck.

Em outro exemplo de culto a Hitler, todos os integrantes das forças armadas tinham de jurar lealdade a Hitler pessoalmente. Graças ao rearmamento, a Alemanha havia quase alcançado pleno emprego em 1938. Hitler havia cumprido as promessas feitas ao povo alemão. Entretanto, a nova máquina de guerra alemã cobrou seu preço: o rearmamento demandava enorme importação de matérias-primas, mas estas não podiam ser compradas por muito mais tempo à medida que a balança de pagamentos da Alemanha entrou em colapso a partir de 1939. Ocupar territórios onde aqueles recursos pudessem ser encontrados parecia ser uma solução simples para o problema. À época, a Alemanha tinha superioridade militar sobre seus inimigos, mas essa situação poderia não durar muito tempo. Para Hitler, a hora de atacar era aquela.

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Apaziguamento

Permitir o rearmamento da Alemanha era parte da política de apaziguamento: dar concessões razoáveis para evitar o desastre de uma guerra. O apaziguamento, que era buscado pela Grã-Bretanha, França e Estados Unidos, não significava paz a qualquer preço. O problema com essa política era que ela dava, passo a passo, a impressão de que as potências beligerantes poderiam continuar com seu comportamento belicoso sem que isso resultasse em uma guerra mais ampla. Para rever esses passos, nós temos de olhar para a política global do início dos anos 1930.

League of Nations Cartoon
Caricatura da Liga das Nações
Leonard Raven-Hill (Public Domain)

A Liga das Nações (precursora da atual Nações Unidas) foi estabelecida depois da Primeira Guerra Mundial para assegurar que as disputas internacionais fossem solucionadas e a paz mundial fosse mantida. Embora o presidente americano Woodrow Wilson (no cargo de 1913 a 1921) tenha sido fundamental para a criação da Liga das Nações, os Estados Unidos nunca ingressaram nela, o que a enfraqueceu seriamente. A Alemanha ingressou na Liga das Nações em 1926 e se retirou em 1933; o Japão saiu no mesmo ano. A Liga das Nações provou ser completamente incapaz de atingir seus objetivos, o que foi cabalmente demonstrado pelo fracasso em impedir a invasão da Manchúria pelo Japão em setembro de 1931 e a invasão da Abissínia (atual Etiópia) pela Itália em outubro de 1935. Hitler assistiu, com particular interesse, não só àqueles eventos, mas também à total falta de resposta militar da Liga das Nações. Com suas forças armadas rejuvenescidas, ele preparou a expansão das fronteiras alemãs.

De 1933 a 1935, Hitler havia seguido uma política externa ambígua, algumas vezes prometendo que ele tinha intenções pacíficas. Ele causou confusão com suas manobras diplomáticas. A título de exemplo, Hitler celebrou um tratado de paz com a Polônia em janeiro de 1934 e uma posterior declaração, no mesmo ano, de que ele não tinha intenção de incorporar a Áustria ao Reich. Então, a partir de 1935, seus planos se tornaram mais claros, ainda que alguns historiadores afirmem que o Führer, na verdade, não tinha nenhum plano: ele apenas aproveitava as oportunidades que seus inimigos lhe davam. Alguns historiadores sustentam que Hitler não estava inteiramente livre para agir como ele desejava devido às restrições existentes dentro do caótico e fragmentado partido nazista.

Em março de 1935, o Sarre foi reunificado à Alemanha após um plebiscito. No mesmo ano, o alistamento militar obrigatório entrou em vigor. Em março de 1936, a Alemanha ocupou a Renânia. Em outubro, Alemanha e Itália tornaram-se aliados formais com o Eixo Roma-Berlim. Em novembro de 1936, Itália e Alemanha (e, posteriormente, o Japão) assinaram o Pacto Anticomunista, um tratado de cooperação mútua para a construção do império e uma frente unificada contra o comunismo. Em março de 1938, Hitler alcançou o Anschluss, a unificação formal da Alemanha e da Áustria. Encorajado pela falta de uma resposta forte da Liga das Nações, Hitler ocupou a Região dos Sudetos, a área industrial da Tchecoslováquia que compartilhava a fronteira com a Alemanha. Para justificar esta ocupação, alegou-se que uma minoria alemã estava sendo reprimida. Novamente, as potências ocidentais não tiveram nenhuma reação militar, mesmo tendo a França e a União Soviética assinado um tratado de assistência com os tchecos. O Acordo de Munique de setembro de 1938 foi assinado entre Alemanha, França, Itália e Grã-Bretanha, que aceitaram as novas fronteiras expandidas da Alemanha. A União Soviética não foi convidada, tendo sido esta uma oportunidade perdida de se formar uma frente unida contra o fascimo - talvez aqui o real preço de se perseguir uma política de apaziguamento em prejuízo de qualquer outra estratégia possível. O primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain (no cargo de 1937 a 1940) agitava perante os jornalistas um pedaço de papel que Hitler havia assinado, declarando confiantemente que ele havia atingido “paz com honra” (Dear, 597) e que eles teriam, então, “paz em nosso tempo” (McDonough, 121). Chamberlain foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz daquele ano.

Chamberlain, Daladier, Hitler, & Mussolini, Munich 1938
Chamberlain, Daladier, Hitler e Mussolini em Munique, 1938
Bundesarchiv, Bild 183-R69173 (CC BY-SA)

O apaziguamento era uma política atrativa para os líderes ocidentais uma vez que os horrores da última guerra ainda estavam presentes nas mentes de todos. A França, em particular, estava politicamente fraca nesse período, tendo tido 16 governos de coalizão durante os anos 1930. A Grã-Bretanha temia perder seu império se ela fosse enfraquecida por mais uma grande guerra. A opinião pública era esmagadoramente contra a guerra e o rearmamento na Grã-Bretanha, na França e nos Estados Unidos. Além disso, não era de forma alguma certo que Hitler continuaria a expandir as fronteiras da Alemanha; certamente, ele havia prometido que não tinha ambições adicionais além de restaurar a Alemanha a seus antigos territórios anteriores à Primeira Guerra Mundial. Finalmente, o apaziguamento, ainda que não se acreditasse, de fato, que fosse uma política com alguma chance de sucesso, havia dado às potências ocidentais tempo crucial para seguir o exemplo alemão e rearmarem-se elas próprias. Na Grã-Bretanha e na França também havia uma forte pressão política que considerava o rearmamento um desperdício de recursos em tempos economicamente turbulentos; ressalta, ainda, que a Alemanha era o quinto maior destino das exportações britânicas. A retrospectiva mostrava que a política de apaziguamento era uma verdadeira loucura, na medida que a intenção de Hitler era ocupar a maior parte da Europa que ele pudesse, mas seu histórico de desrespeitar os tratados provou que qualquer negociação era inútil. Manter a indústria pesada tcheca fora das mãos alemães era provavelmente um motivo melhor para entrar em guerra do que a subsequente invasão da Polônia, mas a Grã-Bretanha, a França e a União Soviética não estavam preparadas para a guerra. Não até 1939, quando esses países começaram seriamente a estabelecer suas economias direcionadas para a guerra.

Invasão da Polônia

Em 1939, houve um significativo avanço na atividade da Alemanha e da Itália em sua busca por ocupar cada vez mais territórios europeus. Em março de 1939, a Alemanha anexou o restante da Tchecoslováquia e o Território de Memel (parte da Lituânia) ao Terceiro Reich. Cada vez mais chocados pelos ataques nazistas sobre os judeus alemães, as potências ocidentais começaram a questionar se negociar com o regime nazista poderia ser justificados em termos morais. A política de apaziguamento foi definitivamente encerrada.

Em 31 de março, a Grã-Bretanha e a França prometeram proteger as fronteiras da Polônia e, em abril, essa proteção foi prometida também à Romênia. Turquia e Grécia também começaram tratativas para um acordo de proteção mútua com a Grã-Bretanha e a França. Finalmente ocorreu aos líderes da Grã-Bretanha e da França que os fascistas pretendiam expandir-se territorialmente a qualquer custo. À época, já havia uma guerra local acontecendo: a Guerra Civil Espanhola de 1936-1939, que diretamente envolvia equipamentos militares alemães e italianos de um lado e ajuda soviética ao outro lado. Em abril, a Itália ocupou a Albânia. Ao final do mesmo mês, Hitler retirou-se do Acordo Naval Anglo-Germânico. Em maio de 1939, Itália e Alemanha assinaram uma aliança militar: o Pacto de Aço.

Em agosto de 1939, a Alemanha concordou em celebrar um pacto de não agressão com a União Soviética, o Pacto Molotov-Ribbentrop (Pacto Nazi-Soviético), nome dado em homenagem aos ministros de relações exteriores da Alemanha e da União Soviética. O líder soviético Joseph Stalin (1878-1953) estava cada vez mais convencido de que a Grã-Bretanha e a França estavam desejosos em apaziguar Hitler enquanto este se movia apenas para o leste, em direção à União Soviética. A possibilidade de uma “segurança coletiva” (Grã-Bretanha, França e União Soviética trabalhando juntos) não foi possível devido à falta de confiança entre eles. O Pacto Nazi-Soviético, em contraste, permitiu a Stalin conquistar o leste da Polônia e manter a União Soviética fora da guerra por um momento, ganhando tempo precioso para seu rearmamento. A possibilidade de a Alemanha travar uma guerra apenas a oeste contra a Grã-Bretanha e a França - o cheque em branco de Stalin contra Hitler - iria enfraquecer aqueles três países que, consequentemente, não poderiam mais ameaçar a União Soviética.

Explosion of USS Shaw, Pearl Harbour
Explosão do USS Shaw, Pearl Harbour
Unknown Photographer (Public Domain)

A Europa era um barril de pólvora esperando uma singles faísca que explodiria em guerra. A faísca veio rapidamente com a invasão da Polônia pela Alemanha em 1º de setembro de 1939. No dia seguinte, Chamberlain alertou Hitler que haveria guerra se a Alemanha não se retirasse da Polônia. Hitler ignorou o ultimato. Em 3 de setembro, a Grã-Bretanha e a França, a fim de proteger as nações livres e independentes, declararam guerra contra a Alemanha. A Itália, esperando nos bastidores para ver o que poderia acontecer a seu favor, permaneceu neutra por um tempo. O mundo, também, esperou com respiração suspensa para ver o que aconteceria em seguida. A resposta inesperada foi nada.

Guerra Mundial

A “guerra de mentira”, período em que os Aliados e as potências do Eixo não entraram em confronto direto entre si, durou até abril de 1940, quando a Alemanha invadiu a Noruega. Em maio, a Alemanha invadiu os Países Baixos e a França. A Alemanha provou ser imparável, e ao fim de junho, a França havia capitulado. Em outubro, a Itália invadiu a Grécia. Em 1941, a Alemanha ocupou a Iugoslávia. A Grã-Bretanha estava sozinha para lutar por sua sobrevivência até que Hitler invadiu a União Soviética em junho de 1941 (Operação Barbarossa).

A guerra tornou-se um conflito global quando o Japão atacou a frota naval dos Estados Unidos em Pearl Harbour, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941. O Japão já havia invadido o leste da China devido à preocupação com o nacionalismo chinês. Em seguida, ocupou grande parte do sudeste da Ásia em busca da glória imperial e de recursos naturais, especialmente petróleo, cujas importações estavam sob restrição de um embargo norte-americano. O Japão talvez esperançava que os eventos na Europa impediriam uma reação direta contra eles, mas os Estados Unidos finalmente entraram no conflito. A paz somente seria alcançada depois de o mundo sofrer por mais quatro anos os horrores da guerra.

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Perguntas e respostas

Quais foram as três principais causas da Segunda Guerra Mundial?

As três principais causas da Segunda Guerra Mundial foram: 1. a expansão territorial agressiva da Alemanha, do Japão e da Itália; 2. a política de apaziguamento dos Aliados; 3. a decisão de Stalin de se aliar aos alemães.

Qual eventou começou a Segunda Guerra Mundial?

O evento que oficialmente começou a Segunda Guerra Mundial foi a invasão da Polônia pelos Alemanha em 1º de setembro de 1939.

Por que os Aliados não pararam Hitler mais cedo?

Os Aliados (Grã-Bretanha, França e os Estados Unidos) não fizeram nada para parar Hitler antes de ele invadir a Polônia porque eles acreditavam que algumas de suas queixas eram justificáveis. Os aliados queriam evitar uma nova guerra e eles não estavam prontos para a guerra em termos de forças armadas e produção de armas.

Sobre o tradutor

Elmer Marques
Elmer Marques é Doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná e professor do curso de Direito da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, no Brasil.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é autor, pesquisador, historiador e editor em tempo integral. Seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações compartilham. Ele possui mestrado em Filosofia Política e é diretor editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2024, Março 26). As Causas da Segunda Guerra Mundial [The Causes of WWII]. (E. Marques, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-2409/as-causas-da-segunda-guerra-mundial/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "As Causas da Segunda Guerra Mundial." Traduzido por Elmer Marques. World History Encyclopedia. Última modificação Março 26, 2024. https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-2409/as-causas-da-segunda-guerra-mundial/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "As Causas da Segunda Guerra Mundial." Traduzido por Elmer Marques. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 26 Mar 2024. Web. 03 Mai 2024.